sábado, 7 de julho de 2012

Somos humanos ou robôs?



O comovedor e perturbador vídeo acima Somos humanos ou robôs?, foi indicação do professor Robert Betito, do IFRS Campus Rio Grande e serve para diversas reflexões, sobre sociedade, tecnologia, mas acima de tudo, sobre educação.
Trata-se do atropelamento (ocorrido em 13/10/2011) de uma menina chinesa de 2 anos, por uma van, e a angustiante espera por socorro. As pessoas passam a pé, de bicicleta, moto e sequer a veem. E as que veem parecem não enxergar ou sequer se apiedar. Uma criança! Poderia ser o nosso filho, um aluno, qualquer um. E ninguém sequer chama auxílio. Somente as câmeras de vigilância daquela espécie de mercado público é que observam e registram toda a movimentação dos transeuntes.
Em um mundo cada vez dominado pelas máquinas - e nem falo em ficção científica, tipo Blade Runner ou O Exterminado do Futuro -, em que a violência tem sido banalizada, seja em telejornais ou programas humorísticos, mesmo assim, ainda existem situações, como a retratada acima, que chocam pela insensibilidade e o descaso de alguns seres humanos.
Mesmo assim, em pleno caos, sempre há uma esperança, e o primeiro ser humano no meio de pessoas que agem maquinalmente é justamente um catador de lixo, que vê, se apieda e socorre a menina, tida como quase invisível pelos demais naquele mercado público na China.
Antes que os apressadinhos de plantão façam seus pareceres sobre tudo e todos, cabe salientar que essa situação não ocorre apenas na China, nem é fruto apenas de um sistema político, mas de um sistema civilizatório, que prega o TER antes do SER.
Mas eu sei bem por que justamente o coletor é que intervém naquela dolorosa situação. Por conta da identidade com a menina quase invisível, pois o catador de lixo é também um desses seres invisíveis à sociedade. Já assisti notícia na TV em que repórter se traveste de lixeiro e sai a perambular pelas ruas do centro de uma grande cidade, sendo justamente tratado como se invisível fosse.
Será que só os invisíveis é que se enxergam? Ou os demais veem mas não querem enxergar? Uma questão entre tantas que esse vídeo n os remete, para ser debatida no ambiente escolar entre professores e alunos, e toda a comunidade escolar.
Para discutir o valor das coisas e das pessoas. Será que um tablet vale mais que a vida de uma menina de dois anos, atropelada e caída no chão? Para discutir valores como família, solidariedade, cidadania, educação.
Este vídeo lembrou-me reportagem antiga do programa Fantástico, da Rede Globo, que sse autointitula o Show da Vida, em que dois rapazes, nomeados como "urbanautas", seguiram em expedição, um para a zona nobre da cidade de São paulo - uma das maiores do mundo - e o outro para a zona mais carente, com a missão de passar apenas uma noite e uma casa de região. Aquele que foi pra chamada Zona Sul, sequer foi atendido por algum morador, sendo contido por seguranças armados e seus cães danados. O que foi para a Zona Norte, conseguiu acolhida na casa de pessoas que sequer tinham pra si e que são consideradas também invisíveis para o resto da sociedade.
Mais de 2000 anos depois, parafraseando as chamadas Santas Escrituras, quem menos tem é que sabe dividir o pão com o seu irmão. Afinal, apesar de muitos agirem como máquinas, somos todos humanos, mas nem todos tem o espírito de humanidade que o catador de lixo chinês - que poderia ser brasileiro, português ou qualquer outra nacionalidade - teve. Afinal, somos humanos ou máquinas? Boa pergunta a espera de uma resposta nada automática...
Para constar: a menina, após ficar em coma, infelizmente, veio a falecer. Em coma estão todos aqueles que agem como máquinas, apenas esperando comandos de terceiros para agir. Enquanto há tempo, pode-se sair deste estado de suspensão, acordar, reagir, viver, SER humano e não apenas máquina.
Um vídeo para ver, rever, repassar, debater com a família, a escola e a sociedade.
Abaixo, videoclipe da banda The Killers, chamado Humanos:



Aqui, tradução da canção:

HUMANOS - THE KILLERS (tradução)

Vejam também a notícia original, de Christopher Tock, em seu blog, link abaixo:

WORLD OF TOCKISM

Nenhum comentário:

Postar um comentário